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Bagagem

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Foi durante a faculdade de história que tive minhas primeiras experiências de tradução de textos, como estudante, como autodidata. Acontece que boa parte da bibliografia do curso era em espanhol. Tive que enfrentar. No começo ‘penei’, não entendia nada... mas se não persistisse eu simplesmente não me formaria. Certo dia notei que quase não precisava mais do dicionário para traduzir. Foi a glória! Só muito mais tarde, em 2010, depois de morar no Peru, tive uma boa vivência com o idioma, e me senti habilitada à tradução.

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Durante o mestrado tive minhas primeiras experiências em tradução de textos do inglês e do francês. Como é praxe, estudei inglês desde o colégio, e aperfeiçoei meus estudos na União Cultural Brasil Estados Unidos. Já o francês eu aprendi em caráter emergencial, a fim de participar de um estágio em demografia histórica na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em 1990. De quebra, o francês seria a língua escolhida para o meu exame de proficiência no mestrado. Hoje, do francês domino a leitura e tenho boa compreensão auditiva, mas não me arrisco a escrever ou falar muito mais que algumas frases simples.

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Em relação à língua italiana, embora todos os meus ascendentes maternos fossem oriundi, a língua jamais foi dominante em família, muito menos em meio à horda de primos. Mas durante os estudos do mestrado esfalfei-me com os caprichos gramaticais da língua, num primeiro texto extraído de algum periódico sobre o abandono de crianças, fenômeno impressionantemente difundido naquele que hoje é o território italiano. No final do pequeno texto senti satisfação com a relativa facilidade com que o verti para o português.

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Foi assim que, pouco a pouco, descobri que traduzir é um ‘lugar’ onde me sinto confortável. A tradução uniu duas coisas que sempre fizeram parte dos meus estudos: o meu contato com as línguas e as infindáveis cópias, orientadas pela escola e por meu pai. A ideia das cópias era a de que escrever ajuda a memorizar. Verdade! Por isso, durante os longos anos no colégio, e mesmo no primeiro ano da faculdade, escrevi tudo o que li, não ipsis litteris, senão as ideias principais ou em forma de resumo. E veio muito a calhar, já que alguns professores pediam fichamentos de livros inteiros.

 

A exceção à minha grande facilidade com as línguas foi a língua alemã. O alemão foi o primeiro idioma estrangeiro com o qual tive contato, desde o Kindergarten (onde Dona Helga segurava e dublava o Kasperle falando e cantando) até o terceiro colegial, nas repetidas aulas sobre o Dativ e o Genitiv. Mas, apesar dos insistentes treze anos de estudos desse idioma, pouco retive do vocabulário, muito embora sua estrutura persista.

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É verdade que arrisquei algumas traduções do alemão. E até gostei do resultado desses poucos trabalhos. Mas fiquei muito contrariada com o tempo necessário para produzir um bom resultado. Por isso não me aventuro mais por essas paragens.

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Antes da profissionalização como tradutora, tive uma trajetória da qual me orgulho e que colaborou consideravelmente para a atividade atual. Nesse sentido, o trabalho na SBPC levou-me a novas e importantes experiências em tradução, então de textos científicos.

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Mas foi somente alguns anos depois, no início de 2003, que resolvi me envolver seriamente com os estudos de tradução. A título de estudo comecei a destrinchar artigos de jornais estrangeiros, em geral ingleses e americanos, cuja tradução eu localizara de antemão em algum jornal brasileiro. Depois que finalizava a minha tradução, eu a comparava com as dos jornais nacionais. Assim eu estudava a terminologia, tomava conhecimento do grau de liberdade tolerado nas traduções, e concomitantemente avaliava o meu desenvolvimento.

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Depois de alguns meses fiz um teste para a Madras e conquistei a minha primeira tradução para editora. Foi a glória! Hoje me envergonho dela. Faltou traquejo... enfim, eu era inexperiente. Importante é que finalizei e eles gostaram, pois logo enviaram novo trabalho.

 

Algum tempo depois, uma prima médica, sabendo do meu interesse pela tradução, convidou-me para trabalhar em parceria. Eu seria responsável pela tradução e ela revisaria a terminologia específica. Essa experiência foi excelente para minha formação. Com o passar do tempo ganhei familiaridade com a terminologia das ciências da saúde que seriam meu principal nicho de trabalho.

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Ainda no ramo da tradução técnica, tive uma boa experiência na tradução de processos de patente, mais especificamente o material descritivo dos processos. Também tive algumas experiências em ciências ambientais com traduções principalmente do espanhol. Em menor escala, trabalhei com temáticas variadas como: música, cultura, arqueoastronomia andina, romances femininos, entre outras.

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Em 2012, por exigência do mercado despertei, ou melhor, fui despertada para as ferramentas de tradução. Trabalhei algum tempo com o SDL Trados e com o Cat. E embora eu tenha considerado a experiência importante, não gostei do impacto que as ferramentas tiveram sobre o meu trabalho. Por isso, voltei a utilizar as minhas próprias ferramentas. Uso o Cat esporadicamente quando exigido por clientes específicos.

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Atualmente estou em busca de novos desafios. Quero traduzir mais na área de ciências humanas e acabo de iniciar uma experiência de médio prazo em tradução literária. Experimentando...

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Há amostras do meu trabalho na seção Degustação deste site.

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